Se já encontrei a outra metade da minha laranja, o que tenho mais a procurar? Até hoje a medicina oficial continua procurando medicamentos novos, mais eficientes, ou realmente adequados às diferentes doenças. Isso acontece com a homeopatia?
Claro que não, pois a base da homeopatia é a lei dos semelhantes e, se é lei, é para ser obedecida, nem que seja às vezes. Isso, na prática, significa que a mesma doença, com as mesmas características, nas mais diferentes pessoas, e em todos os tempos, é debelada com o mesmo remédio.
Trocando em miúdos e para não perder tempo com maiores detalhes, a medicação homeopática atinge a doença na sua causa, e não nas suas manifestações, que são os sintomas.
Que a opção fique então por conta do cliente: tentar livrar-se das suas manifestações (sintomas) ou das suas origens. Se for possível êxito optando-se pela primeira alternativa, pode-se dizer que se conseguiu o impossível (eliminar os efeitos sem atingir as suas origens).
Qual a medida acertada, procurar resolver o problema ou dar meios a quem o tem de fazê-lo? É comum ouvir-se a expressão “eu forneço o anzol e a isca, mas quem pesca é você!”. Ora, quando socorremos os pacientes pelos métodos convencionais (alopáticos), a intenção é resolver o problema, impedindo, assim, que a natureza o faça, acredita-se muito pouco, ou nem se acredita, que ela tenha qualquer recurso para se defender. Entretanto basta um ligeiro estímulo (medicação homeopática, por exemplo) para que o mecanismo de defesa seja acionado ou incrementado, e com a seguinte vantagem: se eu mesmo resolvi meu problema, a próxima vez que ele aparecer, o mais provável é eu estar mais apto.
O processo orgânico que ocorre nas vacinas (descobertas depois da homeopatia e talvez por ela estimulada) é bem semelhante: “ensinar” o organismo, especificamente, a defender. Quando frisamos a palavra intenção é para alertar para o que foi dito anteriormente: o tratamento pelos métodos convencionais, genericamente, se limitam a abafar as manifestações das doenças. Exemplos: se a febre sobe, dá-se antitérmico; se a pressão sobe, dá-se algo para abaixá-la; se aparece uma dor, analgésico. Se eu gritar ao ser agredido, tapam-me a boca. Daí, mais uma vez, qual a escolha sensata? Ficar eternamente procurando apaziguar os gritos e se preparar para as futuras consequências ou tentar abolir suas causas? Se a homeopatia oferece uma chance dessas sem nenhum malefício, por que não se agarrar a ela?
Autor Dr. Mario de Azevedo
Publicado originalmente na Folha Comunitária do Catete (anos 1990)
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